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Saiba como encontrar o seu par perfeito no negócio

O empresário e publicitário Wei Abade já teve quatro sociedades. A primeira começou quando ele ainda estava na faculdade, com um amigo que tinha conhecimento na área,  a segunda com uma pessoa desconhecida que desfez o contrato após mudar de país,

O empresário e publicitário Wei Abade já teve quatro sociedades. A primeira começou quando ele ainda estava na faculdade, com um amigo que tinha conhecimento na área, a segunda com uma pessoa desconhecida que desfez o contrato após mudar de país, a terceira com a sua família e a quarta com mais sete pessoas, sendo que, dessa vez, só ele tinha o know-how. Depois de tantos matrimônios - mono e poligâmicos - que não deram certo, hoje Wei prefere caminhar sozinho, afinal, escolher o parceiro para um negócio não é tarefa fácil.

Luciana Buck, professora de Administração da Universidade Salvador (Unifacs) e empreendedora, antes de tudo chama atenção para as mudanças das sociedades no Brasil. “Antigamente, para ter uma empresa, era preciso ter um sócio, mas muitas vezes isso só era gerado no papel”, explica. Com o surgimento do Microempreendedor Individual (MEI) e da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli), não há mais essa obrigação e a sociedade “surge a partir das reais necessidades do negócio”.

Logo, seja um sócio-administrador (desempenha funções na empresa e recebe o pró-labore), quotista (participa dos lucros e prejuízos sem colocar a mão na massa) ou capitalista (investidor externo), é necessário que a sociedade faça parte do planejamento da empresa. De acordo com Fabrício Barreto, gestor de negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas da Bahia (Sebrae-BA), durante a escolha do parceiro comercial, “é importante definir quais são as atribuições dele”.

Par perfeito

Encontrar o par perfeito para uma sociedade pode se tornar mais fácil se alguns fatores forem considerados. Para Fabrício, o primeiro deles é a capacidade de acrescentar, trazer algo novo. “É preciso ter um sócio que consiga complementar o outro, com oportunidades e melhorias”, explica. Também vale levar em consideração não só fatores profissionais, mas também psicológicos e comportamentais. “Saber ouvir, entender, ter o momento certo para contribuir, ser objetivo e sincero” são características que fazem bem para a sociedade.

Se, por um lado, é importante ser complementar, por outro Luciana aconselha que seja similar. Para a sociedade ser bem-sucedida, “é necessário procurar alguém com cultura e valores semelhantes” para que os conflitos sejam evitados. Além disso, não se pode ignorar os riscos da parceria, já que o sócio pode ter restrições creditícias no nome de pessoa física, não ter valores morais e cometer atos ilícitos ou morrer e deixar a associação para um herdeiro que dará dor de cabeça. “O sócio precisa ser muito bem escolhido e a as limitações e poderes de cada um devem ser amarrados no contrato social”, aconselha.

Fica a dica

Complementar: Procure alguém que complemente os seus conhecimentos na gestão. É da Logística, que tal alguém do Financeiro?

Objetivos: Escolha um sócio que tenha os mesmos objetivos que você. Isso evita problemas.

Valores: Os valores também devem ser levados em consideração. Afinal, isso norteará as decisões do negócio.

Bom ouvinte: Para fazer uma sociedade é preciso saber ouvir. Se a pessoa não gosta de feedback é melhor repensar.

Contrato: Escolheu o sócio? Agora é fazer o contrato social. Deixe claro como será a atuação de cada um para evitar problemas.