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Desaceleração do crédito às empresas avançará para o próximo ano

Crédito aos consumidores sofrerá menores impactos

Fonte: Revista Incorporativa

O Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito às Empresas recuou 0,5% em julho de 2011, a nona queda mensal consecutiva, atingindo o valor de 99,2. Como pela sua metodologia de construção, o indicador tem a propriedade de antever os movimentos cíclicos da concessão de crédito com seis meses de antecedência, estas sucessivas quedas mensais, colocando o indicador abaixo do nível 100, sinalizam que o crédito às empresas deverá continuar se desacelerando, não apenas no segundo semestre deste ano, mas também pelo início de 2012.

O atual momento de aperto das condições de crédito, o cenário de crescimento mais moderado da economia brasileira, especialmente durante o segundo semestre deste ano, e o agravamento do quadro conjuntural externo continuarão impactando negativamente o apetite por crédito das empresas, o qual tenderá a crescer mais lentamente ao longo dos próximos meses, observam os economistas da Serasa Experian.

Consumidores

O Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito ao Consumidor ficou estável em julho, mantendo o patamar de 100,5 após cinco altas consecutivas.

A manutenção deste indicador, já há alguns meses, ao redor do nível 100 sinaliza que o volume de concessão de crédito às pessoas físicas não deverá sofrer maiores impactos tendo em vista o agravamento do quadro conjuntural externo.

Todavia, se caracterizará por uma rota de expansão mais moderada, produzindo impactos neutros do ponto de vista da aceleração do crescimento econômico bem como da taxa de inflação, salientam os economistas da Serasa Experian.

Metodologia dos Indicadores Serasa Experian de Perspectiva

O objetivo dos Indicadores Serasa Experian de Perspectiva é antever, num horizonte de seis meses, em que fase do ciclo estarão as seguintes variáveis econômicas: (i) atividade econômica, (ii) concessões reais de crédito ao consumidor, (iii) concessões reais de crédito às empresas, (iv) inadimplência do consumidor e (v) inadimplência das empresas. Em geral, as variáveis econômicas apresentam ciclos compostos por quatro fases distintas: (1) expansão, (2) reversão, (3) crise e (4) recuperação. Os Indicadores Serasa Experian de Perspectiva mostrarão, justamente, a posição cíclica, para os próximos seis meses, de cada uma destas variáveis.

Cada Indicador Serasa Experian de Perspectiva é construído analisando-se o poder explicativo e a antecedência de explicação de um universo de 325 variáveis econômicas e financeiras sobre a variável-objetivo. Para tanto, todas as 325 variáveis “candidatas” bem como a variável-objetivo foram filtradas usando-se a técnica de ondaletas, a qual nos permite estudar as relações entre as variáveis “candidatas” e a variável-objetivo em diversas escalas de tempo. Hoje, as ondaletas são adotadas em diversos campos, como a física (dinâmica molecular, astrofísica, geofísica – previsão de terremotos, mecânica quântica), processamento de imagem (análise de EEG e DNA, clima, reconhecimento da fala e visão artificial) e compressão de dados (o JPEG 2000 utiliza essa técnica).

No caso, utilizamos as escalas de tempo compreendidas de 16 a 32 meses e de 32 a 64 meses, faixas onde se caracterizam os movimentos dos ciclos econômicos.

Para cada escala de tempo foram selecionadas, das 325 variáveis “candidatas”, aquelas que antecipam, de forma significativa, a variável-objetivo entre 6 e 18 meses de antecedência. Selecionadas as variáveis “candidatas”, estas foram agregadas mediante a aplicação de componentes principais, após terem sido colocadas na mesma fase de 6 meses em relação à variável-objetivo.

O resultado composto, isto é, em cada escala de tempo, dos modelos de projeção entre a variável-objetivo e os componentes principais, colocado em base 100, constitui o Indicador Serasa Experian de Perspectiva.

 

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